CHRONOS
Vai embora
o tempo
inexoravelmente
hora por hora
minuto segundo
feito agora
CRONOS
Se marcha
el tiempo
inexorablemente
hora a hora
minuto segundo
sucediendo ahora
VENTO DA TARDE
Em tempo próprio de ser
maroto o vento da tarde
entra sem pedir licença
e põe-se a desmantelar
da casa portas e alma
Espalha papéis ao chão
invade secretos nichos
arranca folhas à planta
que verdeja minha sala
Assovia em meus ouvidos
faz folia em meus cabelos
e parte ao sentir a noite
levando consigo a calma
enquanto dura a estação
VIENTO DE LA TARDE
Cuando le corresponde ser
travieso el viento de la tarde
entra sin pedir permiso
y se pone a desmantelar
puertas y alma de la casa
Desparrama papeles al suelo
invade lugares secretos
arranca hojas a la planta
que verdea en mi sala
Silba en mis oídos
hace fiesta en mis cabellos
y parte al sentir la noche
llevando consigo la calma
mientras dura la estación
CERTAS PALAVRAS
Arrependo-me com freqüência
de certas palavras ter pronunciado
outras vezes o desgosto
é por não as ter falado
doe-me porém a consciência
de muitas outras palavras
jamais haver formulado
CIERTAS PALABRAS
Es frecuente que me arrepienta
de haber dicho ciertas palabras
otras veces el disgusto
es por no haberlas pronunciado
me duelen, sin embargo, la consciencia
de muchas otras palabras
que jamás habré formulado
_______________________________________
* Extraídos de Vento da Tarde (Viento de La Tarde), Rizolete Fernandes, Editora Sarau das Letras (RN-Brasil) & Trilce Ediciones (Salamanca-Espanha), 2013, Tradução e Prólogo de Alfredo Pérez Alencart (Traducción y prólogo de Alfredo Pérez Alencart). Contato: mrizolete@yahoo.com.br e rizoletefernandes@ig.com.br