Flor de sal
Na raiz, solidão dos abandonos,
A semente de pés crestados:
Pelo sol, pelo mar, pela avareza dos homens.
No caule, pesponto dos suores,
A brancura azul das marés vazantes.
No cume, a augusta flor do sal,
Prisma indecifrável, exéquias das areias brancas.
Mossoró-RN, 30/11/2012
Remédio
Por temer a dor
O poeta, crente, se guardou.
Por descrer da dor
O poeta, ausente, se crucificou.
A dor só é remédio
Para uma dor maior.
Mossoró-RN, 13/12/2012
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* Clauder Arcanjo é poeta, escritor, editor… e trabalha cercado pelo mar… Contato: clauderarcanjo@gmail.com