ar
As forças diminuem
Enquanto penso em desistir.
Corpo pesado
Mente lenta
Dores fortes.
Mergulho profundo
Mas não me afasto da superfície.
Peço ajuda
E os sinais rareiam.
Nado em desespero
Respirando sem consolo.
Alma machucada
Espírito dorido.
Desejo encontrar a entrada
E emergir daqui.
cativos
Deixo seguir a vida
Esquecendo a realeza
Que sublima desejos
Em calabouços sem misericórdia.
Castigo o corpo e puno a alma
Enquanto olho, sem ver,
A liberdade que ficou por vir.
Refaço cortes profundos
Que sangram até a morte.
ausente
Saio de cena e te ofereço o tempo da escolha
Entro na estrada e me concedo a extensão da liberdade.
Arbítrios sem árbitros
Armagedons
Para amar e armar os dons
Desço do tablado e caminho rumo ao infinito
Subo no muro
E observo a suspensão nos Jardins da Babilônia.
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*Extraídos de Rumo Norte, Nataercia Rocha, 2ª edição. Fortaleza – CE, 2011.
** Nataercia Rocha é formada em Jornalismo pela Universidade de Taubaté, São Paulo. Repórter do Caderno 3 do Jornal Diário do Nordeste fez parte da segunda turma da Escola de Dramaturgia do Museu da Imagem e do Som (MIS) na década de 90, sob a direção do cineasta Orlando Senna. Contato: nataerciarocha@gmail.com