O HOMEM
01/02/2019
Em frente à minha casa
Passou voando um pássaro
Passou um gato
Passou um cão
Não deixaram rastro
Passou um homem
Ficou uma casca de banana
Tomei a casca coloquei no lixo
E fiz um poema.
O MEU PÉ DE HORTELÃ
03/02/2019
Vez ou outra, vou à feira livre. Gosto de ver o colorido das frutas, das hortaliças e o branco da goma de tapioca, que mais parece um monte de neve. Na última vez em que estive lá, comprei um maço de hortelã miúda, cujas raízes foram preservadas pelo vendedor. Chegando a casa, resolvi salvar aquela plantinha. Em uma caqueira, fofei a terra e plantei aquele ser, supondo que ainda houvesse vida. Aguei com cuidado. Coloquei na varanda e aguardei Cheguei até a esquecer a minha plantação.
Numa tarde chuvosa, em um daqueles momentos em que a gente acha tudo uma chateza e procura o que fazer, peguei um livro e deitei na rede. Iniciei a leitura.
De repente, a personagem principal (descobri no caminhar da leitura) fala que havia tomado um “chazinho de hortelã” para curar a insônia. Olhei rápido para a caqueira ao lado, onde plantara as raízes. Surpresa e satisfação! Não é que haviam brotado algumas folhinhas de minha hortelã! Que alegria senti! Passado o momento, me perguntei: como um fato tão corriqueiro me trouxe tanto prazer, em meio a um mundo cheio de tecnologia, inventos e eventos científicos?
Bem, dei um carinho à plantinha, coloquei água e retirei alguns talinhos, que não sobreviveram. Agora, sou proprietária de um pé de hortelã miúda. Colho folhinhas e faço chá, sucos, acompanhados de frutas, coloco na salada e saboreio feliz.
________________________________________
* Contato: cilenecaruaru2013@gmail.com