Enquanto e Chá de Sumiço – Clauder Arcanjo
Enquanto…
Clauder Arcanjo
Enquanto o sono não vinha,
a insônia azunhava a porta.
Enquanto não surgia o dia,
a noite reinvadia a aorta.
Enquanto o poema não via,
a palavra enterrava-se, morta.
Chá de sumiço
Clauder Arcanjo
Para Patricia Tenório
Sumirei do bulício das festas;
Sim, nada de bolo nem promessas.
Sumirei da alma inquieta das ruas;
Pois bem, nada de histórias, código de posturas.
Sumirei do miolo quente dos jornais;
A evitar: manchetes, artigos, colunas sociais…
…
No entanto, só sumirei em definitivo assim,
Quando tomar um chá de sumiço de mim.
Mossoró-RN, 14/03/2011