Prose-poetic soiree at Londrix (with
Patricia Gonçalves Tenório & Miscellaneous):
I thank you for your attention and affection, the next post will be on April 25, 2021, big hug and until then,
Patricia Gonçalves Tenório.
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*Índex foi traduzido (a maior parte) apenas para o inglês por uma questão de extensão do post.
*Index was translated (most of it) into English only as a matter of the extension of the post.
**O cuidado com o outro na praia vazia de Boa Viagem (Recife, PE – Brasil) durante a pandemia de Covid-19. Caring for others on the empty beach of Boa Viagem (Recife, PE – Brasil) during the Covid-19 pandemic.
No mês de março de 2021,
investigamos o universo pungente do poeta, crítico de arte e escritor de São
Luís do Maranhão, Ferreira Gullar.
Primeira Aula do Módulo 3:
Na primeira aula do módulo, compreendemos com Ferreira Gullar que o corpo é uma casa que morre; narramos uma breve biografia de Ferreira Gullar e algumas cidades que habitou (São Luís, Rio de Janeiro, Buenos Aires); apresentamos o componente imagético e a manifestação sinestésica na poesia do autor; detectamos a transformação das palavras sujas (urina, lepra, podre, ferrugem, mijo, lama) do poeta estudado em pedra, ouro, sol e mar, através de uma quebra de sentido, como se fosse um murro no estômago; e constatamos uma relação entre a escrita de Ferreira Gullar e a arte de René Magritte com sua quebra de sentido das palavras.
Segunda Aula do Módulo 3:
Continuação da análise de algumas técnicas encontradas nos poemas de Gullar além da limpeza das palavras sujas, em especial, as listas de Sei Shônagon, o refrão “bom dia” em “Ocorrência” e novamente Edgar Allan Poe visto em Manuel Bandeira; o conceito de objeto que encontramos em Romances de cordel, “A casa” e “Poema” do livro Dentro da noite veloz, relacionando com a letra órfã de pai ausente do discurso de Jacques Rancière no seu Políticas da escrita, além da indicação de filmes sobre Ferreira Gullar e a aplicação do exercício de desbloqueio.
Terceira Aula do Módulo
3:
E é com imensa alegria que convidamos para a live com o poeta, escritor, doutor em Teoria da Literatura (UFPE), o também maranhense Antonio Aílton, na próxima quarta-feira, 31/03/2021, a partir das 19h, no nosso canal do YouTube. Não percam!
Marina abriu apressada a
porta do quarto. O corpo agitado, o rosto saliente para a sala, e sua voz
retumbante: “alguém me chamou?”, disse. Em outro tom, em outras palavras: “Mãe,
o que é?”.
Foi invadida por um
silêncio de domingo, uma apreensão de igreja, e já dava umas passadas e pisou
num chão úmido e escorregadio. É provável que Anita estivesse a limpar os
cômodos. Sentiu o cheiro de pinho e lavanda. Estacou culpada da imundície dos
seus pés olhando as prateleiras na sala.
Quem lhe dera? Admirada
pelo pequeno jarro sob a cômoda. Um tampo de barro avermelhado, e um talo verde
a subir a apontar o forro. Quis tocar-lhe o tronco, talvez agora mais robusto,
mas aquela casca fria e espinhenta, umas pontas finíssimas e luminosas pelo
claro da manhã. Apenas curvou-se, o rosto cuidadoso, uma alfinetada de uma
lembrança dolorida, a mão ingênua no cacto.
Agora dava com aquele
verde, o vermelho do pote, um prato forrando-lhe, em contraste com as tábuas de
madeira tão assim amarelas? Achou feio. E como era que não notara antes, essa
dissonância? Quando cortava o cabelo curto demais, logo o semblante se
contorcia no espelho, que para coisas feias nada se basta. Um dia nublado se
nota e se cansa, ou uma mancha em roupa alva, ou os móveis fora do lugar, e
logo se percebe assim a mudança das coisas, e ela, nem tão bonita, não se
conforma com a feiura. No entanto, não dera com aquilo, e quis chamar Anita,
não, melhor a mãe, não, que ela mesma o fizesse. Mas o quê?
Teve medo.
Postaram aquela planta
sobre a mesa, um broto tão inofensivo, a mãe a colher uns grãos de terra, a tia
a sorrir de tão desajeitada criatura. O que era?, perguntara, e a mãe lhe
negara o nome, olhos sérios, o dedo ríspido: “Não toque”. Mas ela gostava
daquilo, um bicho verde, um animal de estimação, e pôs a mão firme, fechou com
força e tanto ímpeto, que demorou para que gritasse, e mais alguns segundos
para saber que dela partia aquele turvo sonoro alto e fino, como são os gritos
de uma menina. A mão úmida e vermelha, uma revoada de mulheres, como patas
desvairadas, e o primeiro choro de dor.
Ouvira uns passos em
outro cômodo. Arrastavam-se uns pés de coisa grande e pesada. Um suspiro de
força e cansaço.
“Anita?”. Confusa, ela
deixou escapar. “Mãe?”, com uma força mais para quem sabe romper uma parede, e
diante daquele vazio só o pequeno cacto, já protuberante e altivo que lhe
respondeu. Fora em silêncio, imóvel como tantas outras coisas por ali,
espalhadas e vivas, coisas que tinham formas e cores, ela notava, e a casa como
um grande baú cheio, as lembranças que brincavam com ela tão títere e sozinha.
“Tens quantos anos”,
disse em tom piegas, mas rapidamente repreendido, o dedo em brasa para a ponta
da planta. Espetou-lhe com um remorso ardente de dor, e conteve a custo o
grito, achando-o um tanto assim tão lindinho.
“Mãe? Anita?”, forçara a garganta, e no instante seguinte só lhe veio um eco lá de dentro.
QUERO
A DELÍCIA DE PODER SENTIR AS COISAS MAIS SIMPLES.
(MANUEL BANDEIRA)
Era ali que acontecia a
grande Feira de Caruaru, cantada e decantada pelo compositor Onildo Almeida e
pelo cantor Luiz Gonzaga. A rua que me viu crescer. Ou foi o contrário? Eu que
a vi crescer. Bem, caminhamos juntas. Aos nove anos de idade, era comum, aos
sábados, dia da feira, acompanhar mamãe nas compras de frutas, legumes,
hortaliças e outros mantimentos para abastecer a nossa casa. E tomávamos o
melhor caldo de cana do mundo.
Logo no início da rua,
ficava a Feira de Panelas (de barro). Grande era o meu deslumbramento diante
daquela exposição de obras de arte. Um sortimento de objetos, cores e formatos
produzidos pelos artesãos do Alto do Moura. Entre eles, o ilustre Mestre
Vitalino que comercializava as suas obras, inclusive o famoso Boi de Vitalino.
Do barro, veio toda a mobília da minha casinha de bonecas. Caminhando um pouco,
encontro a casa número duzentos e quinze, onde ficava o consultório e a
residência do Dr. Geminiano Campos, a quem procurei aos doze anos. Foi ele quem
atestou que eu estava “apta a submeter-me aos exames de Admissão ao Ginásio.”
Aos quinze anos, senti
despertar os primeiros sonhos do amor romântico. Nas festas de final de ano,
que ocorriam na mesma rua, com as amigas desfilávamos ao redor da praça, com
olhares fugidios para os rapazes que, em grupos, soltavam galhofas, quando
passávamos. E ficávamos contentes.
Também na Rua Quinze,
encontrei o meu primeiro emprego formal e o Colégio Santa Inês, que me deu
“régua e compasso” com que tracei os meus caminhos. Ao concluir o Curso Pedagógico,
ali mesmo iniciei a minha jornada como professora. Lembro bem que na rua havia
um alto-falante que divulgava notícias e músicas, A canção francesa F… Comme
Femme, do cantor belga Salvatore Adamo faz parte, até hoje, da minha trilha
sonora. Aquelas notas musicais inundavam o ar e caiam macio, nos corações
apaixonados das meninas da minha geração.
Continuando e concluindo a minha saga pela Rua Quinze de Novembro, em dois mil e vinte, aos setenta anos, fui empossada como membro da Academia Caruaruense de Cultura Ciências e Letras, sediada na Rua Quinze, no mesmo casarão onde consultei o Dr. Geminiano Campos, aquele que me liberou para cursar o Ginasial. E o inesperado foi que assumi a cadeira treze, cujo Patrono é o Dr. Geminiano Campos. Por todas essas eventualidades, a Quinze de Novembro é a rua da minha vida.
Diego Felipe
Hoje, ele precisou
lembrar. Como dizia o poeta, “uma flor que desabrocha no asfalto”, e entre pés,
pedras, o asfalto negro e pneus aquele botão de flor. Já adulto, não há tanto
encanto, mas, quando criança, nunca sonhara assim com algo tão inesperado.
Aquele primeiro rasgo, aquela fissura, desencadearia a chegada deles? Sim, e
numa tarde, Miguel correra de porta em porta para dizer que eles estavam
chegando, que a primeira pedra estava plantada para todos.
Só nesse momento que lhe
deu saudade daquela rua. Os meninos correndo, com a água da chuva descendo o
córrego, e seus barcos de papel, e a volta pela ladeira em que havia a neve dos
pequenos insetos alados, uns pequenos insetos, a lhes mostrarem o caminho de
volta. Quando dobraram a esquina, tão visíveis e úmidas as fachadas das casas, corriam
para chegar primeiro, as grades do portão de enlaço, um abraço do corredor
cheirando a móvel velho, a sala do fundo, quente como um útero.
Ele e os outros meninos
saíram das suas portas, um dia o seu fim de janeiro, aquele bordado cinza sob o
cume das casas e das árvores, e lá na esquina as senhoras e os cachorros
velavam a pedra.
Era ali que costumávamos
patinar. O veludo negro do asfalto a lhe acariciar os pés desde tempo
imemoriais, muito antes de toda sua infância, como uma herança. Perguntara certa
vez em casa desde quando aquele chão ali repousara, quem o lhe havia posto, se
um homem só ou um bando; mais curioso, quis saber até onde ia o fim daquela
estrada. Na casa do Antônio, três quadras depois, o Sérgio e a Amélia lá pras
bandas da ruela Vila. Na cabeça que o mundo lhe parecia mais vasto, as
distâncias davam sempre um prazerzinho, um gosto de desconhecido. Lamentava,
nesse instante, ter crescido tanto a ponto de se tornar cético.
Ele agachou-se, tocou a
lasca de asfalto. Era uma pedra quente, os dedos grudando e manchados de visco.
Dentro, um tanto assim de pontos luminosos, e o prazer de apalpar um pedaço de
céu, que, como agora, sufocara um sentimento. Aquele pedaço que se deslocava do
chão, de todos ali, e por tanto tempo, foi transposto de mão em mão. Primero,
as crianças, vigorosas e a voracidade em comer; depois os adultos e velhos,
curiosos, satisfeitos e de olhos de lamento, de uma tristeza daquela flor tão
bela ser tragada de dentro, toda raiz, todo encontro.
Não passava de pedra, que,
por algum motivo, foi corroendo-se por dentro e se abria em frestas, que nos
pareciam sorrisos, mas depois largos demais, profundos, as caras a mapear
tristezas, e ele procurava explicar para si mesmo porque Bruno fora embora, e
dos outros que logo também tomariam outros caminhos, sem nada, mesmo hoje
depois de tantos anos.
Falou, assim, vagamente, da rua onde morava e de como algo mudara naquela tarde em que um pedaço de chão se partira. Sentia agora, abandonado no sofá, que ali não fora o fim, mas um começo, e que logo se dispersaram, rumo a seus lares.
Essa noite eu sonhei que estava em Recife, havia chegado de Portugal onde vivo e desembarcava para as prévias do carnaval. No sonho, eu caminhava nas ruas no entorno do mercado de São José e Cais de Santa Rita onde os camelôs disputam espaços. De lá segui caminhando pelas velhas calçadas da rua Nova, rua Direita, igreja do Carmo, Dantas Barreto. Ali vão vendendo o colorido do nosso carnaval naquela bagunça pitoresca típica do centrão do Recife que, ao mesmo tempo, assiste o galo a ser montado na ponte Duarte Coelho onde corre por baixo o velho Capibaribe, testemunha ocular da cidade. Sigo andando por entre as pontes de um lado para o outro, apresso-me pela Aurora para conferir as novidades carnavalescas da rua Imperatriz. Atravesso de volta a ponte mais uma vez até chegar à Casa da Cultura e aproveito para comprar alguns artesanatos para minha casa. Lembro que esse ritual de ir dias antes do carnaval é um preparo para minha alma carnavalesca, é uma espécie de confirmação cultural de que ao menos durante essa época o recifense deixa de lado os inúmeros problemas sociais e econômicos para viver a magia do carnaval pernambucano. Um simples ambulante sorrir, exibe seu produto com orgulho porque ele também sente com a alma essa época. Desconfio que só quem cresceu em Recife entenderá esse meu sentimento. O sábado de Zé Pereira era o pontapé do meu carnaval. Os poucos anos que faltei deixaram-me um nó na garganta, uma espécie de carnaval não validado. Naquelas ruas castigadas do Recife eu sentia minha raiz, minhas cores, meu brilho, meu orgulho de ter nascido ali. E esse sentimento, mesmo a quase 8000 km de distância da cidade, me visitou em sonho. A dor da ausência de estar nas ruas do Recife Antigo, de encontrar as pessoas mascaradas e fantasiadas, de ir ao encontro na rua do Bom Jesus dos blocos antigos, citados em muitas músicas carnavalescas que parecem que nem existem mais, mas existem sim, muitos ainda estão lá. Como dizia o Maestro Nelson Ferreira: “Bloco das Flores, Andaluzas, Pirilampos, Apois Fun, dos carnavais saudosos”. No sonho eu via o colorido das fantasias, pinturas, máscaras com tanto detalhe que podia garantir que fui teletransportada. Acordo em pleno sábado de inverno com uma dor no peito, uma dor de saudade! O que me conforta é que a magia do carnaval em Recife não vai acabar e um dia eu estarei lá novamente e esse sonho vai ser uma mera lembrança que hoje resolveu me assaltar.
À noite, ou de dia,
caminhar até a orla de Ipanema, em Porto Alegre, é um espetáculo à parte. A
partir da rua Déa Coufal, se avista umas Aroeiras-saldos e uns Hibiscus
dispersos. É reconfortante andar pelas ruas deste bairro tão acolhedor. Ao
chegar à avenida Guaíba, o rio se apresenta manso e límpido. Costumava
sentar-me por longos e tranquilos minutos em um banco de pedra que facilitava a
observação mais prolongada da paisagem. Como era agradável continuar o percurso
encontrando plantas, aves e casas enobrecendo o horizonte. Algumas vezes, se
deliciar com um picolé fazia parte daquela rotina. Ao voltar para casa, depois de um dia de
trabalho, nuvens rosas acompanhavam o trajeto.
Acabo de escrever
sobre 132 crônicas: Cascos & carícias e outros escritos,[1]
da escritora paulista, nascida em Jaú, Hilda Hilst, para o módulo de agosto de
2021 do curso que ministro desde 2016, de maneira presencial e on-line, Estudos
em Escrita Criativa.
Hilda nos alerta da falta de
reconhecimento dos seus escritos pela crítica literária da época – o livro
contém crônicas de 1992 a 1995, publicadas no jornal de Campinas-SP, Correio
Popular. Mas ela dá a volta por cima da falta de reconhecimento, e autoanalisa
(e elogia) o próprio fazer poético, ficcional e dramático – Hilda também
escreveu para o teatro.
Tomando como exemplo essa mulher de
coragem monumental – e estamos em março, o mês das mulheres gigantes –, olho para
trás na minha caminhada literária e descubro muitos percalços, assim como a
dama da Casa do Sol. Poucas mãos acreditaram na minha escrita, e se estenderam
em minha direção, feito ondas brilhantes quebrando na largura infinita do mar.
Mãos às quais serei eterna e profundamente grata.
Mas, novamente, busco o sentido da Escrita
Criativa em mim. Desde 2004, procuro o conhecimento, através de inúmeras
oficinas literárias, ingressando em 2012 na universidade para beber da água viva
da teoria e também da prática no mestrado (UFPE) e no doutorado (PUCRS), transcendendo
os guetos que os seres humanos inseguros tentam forjar aos que buscam um (pequeno
que seja) lugar ao sol, até chegar ao Monte da Resposta Perdida,[2]
que foi para mim a PUCRS em Porto Alegre, com o acolhimento que nunca poderei
agradecer o suficiente, de Luiz Antonio de Assis Brasil.
E dar, enfim, um grito de liberdade.
Na defesa da tese Doze horas: o mito individual em uma autobioficção, 08/10/2018, ao lado, à esquerda, do professor e orientador Assis Brasil (PUCRS), da professora e orientadora de mestrado Maria do Carmo Nino (UFPE), da professora Tânia Ramos (UFSC), e, à direita, da professora Débora Mutter (ULBRA) e do professor Bernardo Bueno (PUCRS).
[1] HILST, Hilda. 132 crônicas: Cascos & carícias e outros escritos. Prefácio: Zélia Duncan. Introdução: Ana Chiara. 1ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2018.
[2] Em A menina do olho verde
(2016 e 2019 em 7 por 11, Raio de Sol, Recife – PE), a personagem Manuela
sai em busca da Resposta Perdida (no Monte de mesmo nome) para as Perguntas
Aleatórias dos seres humanos inseguros, e descobre, com a ajuda de Pedro, a
própria Resposta Essencial.
44. O PLANETA COM ÓCULOS RAY-BAN A notícia de que o vírus pode alcançar os animais de casa assustou as algas azuis e fez ridículos os nossos territórios.
Talvez o planeta nos tenha mesmo demitido, despejado. Somos vagabundos e isso que vivemos são os efeitos da dedetização e das igrejas.
Já não escondemos nosso banquinho de criança nem nossos ossos que chamam os pais sob o medo de que nos cubra o folhiço que cai no pátio.
E é fato que o planeta não tem ano-novo e no entanto exigimos um março de progresso enquanto, no escuro, fomos atores de revista que só excitavam os bolores.
Nossos marcos de porta, nossos medicamentos e a excessiva fertilidade com que escrituramos quadrados de terra — nada disso merece um abano de cauda de baleia.
Também nossas moedas acusam a dor e a febre, e só beberão da chuva os que souberem abrir as mãos em concha.
Com certeza o planeta não gosta de nossos corredores e por isso as milícias do limo sempre avançam sempre avançam, mesmo que pisem sobre o aço ou sobre a camisa da confederação brasileira de futebol.
Talvez o planeta não tenha eleito nosso genocida. Talvez não se contente com sobras, nem com risadas de tartaruga, nem com a bandeira de Israel.
O mérito e a mão invisível do mercado têm esse mau cheiro depois da escama. Talvez o planeta, neste momento, esteja lavando as mãos.
** Altair Martins (Porto Alegre, 1975). Bacharel em Letras
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) — ênfase em tradução de
língua francesa —, mestre e doutor em Literatura Brasileira na mesma
universidade. Ministrou a disciplina de Conto no curso superior de Formação de
Escritores da UNISINOS entre 2007 e 2010. É professor da Faculdade de Letras e
de Escrita Criativa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS), atuando no Programa de Pós-graduação. Coordena o projeto de pesquisa O
fantástico em tradução. Tem textos publicados em Portugal, na Itália, França,
Argentina, no Uruguai, na Espanha, Hungria, em Luxemburgo e nos Estados Unidos.
Ganhou, entre outros prêmios, o São Paulo de Literatura (2009, com o romance A
parede no escuro) e o Moacyr Scliar (2012, com os contos do Enquanto
água). A peça teatral Hospital-Bazar(Porto
Alegre: EdiPucrs, 2019) e o romance Os donos do inverno
(Porto Alegre: Não editora, 2019) são suas últimas publicações. Ministrante, em
setembro de 2019, da disciplina Oficina de Poesia na primeira turma de
especialização Lato Sensu em Escrita Criativa Unicap/PUCRS (2019.2).
Contatos: altairt.martins@pucrs.br;
www.altairmartins.com.br
Para celebrar a data Dedicada às mulheres Vesti-me de poesia Me enfeitei até o pé Pus nos lábios um sorriso E um brilho novo no olhar Segui o meu pensamento E deixei-o me levar A um mundo colorido Construído só pra mim Feito um jardim florido Com cheirinho de alecrim E o perfume se espraiou Pelo ar da noite morna A luz argêntea da lua Aquele mundo adorna E após esse deleite Que me deixou tao faceira Eu volto à vida contente Sou grata ao que ela é Por ter me favorecido Com a sorte de ser MULHER
AUDIO-2021-03-08-19-50-03 – Cilene Santos
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* Cilene Santos, escritora, poeta, cordelista. Professora graduada em Letras, com especialização em Língua Portuguesa. Membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel, ocupando a cadeira nº 08, e tem como patrono Dimas Batista. Publicou Branca de Neve e os Sete Anões em Versos e A vida de Joel Pontes, em cordel. Participou dos Estudos em Escrita Criativa 2018 de Recife. Contato: cilenecaruaru2013@gmail.com