Revisitando traz na edição de Abril duas postagens:
“Sans nom“, de Dezembro de 2011 (link permanente http://www.patriciatenorio.com.br/?p=2894).
E uma costura de textos, pensamentos e imagens de Outubro de 2010, “Contradições” (link permanente: http://www.patriciatenorio.com.br/?p=409).
____________________________
Sans Nom* – Patricia Tenório & O Mundo – III
Traduction: Patricia Tenório
Révision: Isabelle Macor-Filarska**
Mars 2009
La petite fille cherchait le mot parfait
Qui lui avait effleuré la peau dans un rêve
Ses pores exhalaient l´arôme du jasmin
Et les lettres embaumées dans les huiles ancestrales
Tombèrent sur son cou
Lui demandant de la bercer,
De lui raconter des histoires
Pour dormir d’un sommeil nouveau
Rêver des étoiles, des galaxies perdues
Et le mot parfait vaquait dans l’espace
Sem nome
Março de 2009
A menina buscava a palavra perfeita
Que lhe roçara a pele num sonho
Os poros exalavam aroma de jasmim
E as letras embalsamadas nos óleos ancestrais
Tombaram em seu colo
Pedindo ninar, contar histórias
Para dormir um sono novo
Sonhar estrelas, galáxias perdidas
E a palavra perfeita vagando pelo espaço
_______________________________
* Lancée dans L´Estracelle, Bulletin d´information, Maison de la Poésie Nord – Pas de Calais – France, 2010. Lançada em L´Estracelle, Boletim de informação, Maison de la Poésie Nord – Pas de Calais – França, 2010.
** Isabelle Macor-Filarska est traducteur, poète et professeur à l´Alliance Française – Paris. Contact: isabelle.macorfilarska@gmail.com
_______________________________
Contradições
09/10/2010
Sempre me faço perguntas de vida e morte às vésperas do meu aniversário.
“Nada há de gratuito exceto a morte” (Freud, extraído de O prazer do texto, Roland Barthes)
Varro os fatos de outros tempos, as fotos do aqui e agora e não posso supor, não posso imaginar o que me aguarda, o que me surpreenderá.
“O prazer do texto é esse momento em que meu corpo vai seguir suas próprias ideias, pois meu corpo não tem as mesmas ideias que eu.” (O prazer do texto, Roland Barthes)
Aguardo uma outra estrada, um país diverso onde possa espalhar sementes de alegria e colher ramalhetes de amizades…
Mãe Natureza – D´Agostinho (CD com Carlos Ferrera & Karynna Spinelli)
Mãe natureza
Patricia Tenório
(Extraído de D´Agostinho, 2010)
Gosto do cheiro
De terra molhada
Da única escolha –
Ficar lendo livros
Ouvindo a chuva cair
Forte
Grossa
Violenta
Deixo-me banhar
Pelas lágrimas
Que clamam
– Patricia, Patricia! Por que me abandonastes?
Lendo Mãe natureza
Stella Leonardos
Setembro/2010
À Patricia Tenório
Sinto esse cheiro
De ideia molhada
Viver sortilégio
Ficar lendo livros
Ouvindo irmã água
Leve
Fértil
Fraterna.
Entendo essa chuva
Riso e lágrima.
Segreda
– Patricia! Patricia do coração poeta!
Procuro descobrir nos acontecimentos o sentido perdido nos textos, nas pessoas, na vida.
“Quando o trabalho que você faz tem vinculação com seu percentual de humanidade, você se conecta ao outro”. (Ismael Caldas, artista plástico em “Das sutilezas e fraquezas humanas”, Viver, Diário de Pernambuco, 08 de Setembro de 2010)
“O que ao leigo pode parecer uma obra-prima nunca chega a representar para o criador uma obra de arte completa, mas, apenas, a concretização insatisfatória daquilo que tencionava realizar; ele possui uma tênue visão da perfeição, que tenta sempre reproduzir sem nunca conseguir satisfazer-se.” (Sigmund Freud em “Leonardo da Vinci – uma lembrança da sua infância”)
Tento seguir o que em mim pulsa, o que em mim se parece com a Verdade e a sinto eclodir por todas as minhas células.
“A filosofia natural apaziguará os conflitos e as dissensões de opinião que atormentam, dilaceram e devastam a alma sem trégua. Mas ela os apaziguará, ordenando-nos não esquecer que a natureza nasce da guerra e que ela é, por tal razão, chamada por Homero de luta.” (“Oratio de dignitate hominis”, Giovanni Pico della Mirandola)
“A diferença não é aquilo que mascara ou edulcora o conflito: ela se conquista sobre o conflito, ela está para além e ao lado dele”. (O prazer do texto, Roland Barthes)
Tomo do lápis e papel e derramo todo o meu Ser Humana em palavras e contradições, na esperança que a Arte se faça, me salve. Exprima.
“… o texto: ele produz em mim o melhor prazer se consegue fazer-se ouvir indiretamente…” (O prazer do texto, Roland Barthes)
“… estamos sempre demasiadamente prontos a esquecer que, de fato, o que influi em nossa vida é sempre o acaso, desde nossa gênese a partir do encontro de um espermatozóide com um óvulo – acaso que, no entanto, participa das leis e necessidades da natureza, faltando-lhe apenas qualquer ligação com nossos desejos e ilusões.” (“Leonardo da Vinci – uma lembrança da sua infância”, Sigmund Freud)
Renasço a cada instante meu, a cada sorriso dado, a cada momento de partilha, experimentado, sem medos e vaidades, o que em mim possuo apesar de todos os detalhes…
Rinascimento**, Patricia Tenório
Filmado em Câmera Cannon 7D. Editado em Final Cut Program.
_________________________________
* Patricia Tenório escreve poesias, romances, contos desde 2004. Tem sete livros publicados: O major – eterno é o espírito, 2005, biografia romanceada, Menção Honrosa nos Prêmios Literários Cidade do Recife (2005); As joaninhas não mentem, 2006, fábula, Melhor Romance Estrangeiro da Accademia Internazionale Il Convivio, Itália (2008); Grãos, 2007, contos, poemas e crônicas, Prêmio Dicéa Ferraz – UBE-RJ (2008); A mulher pela metade, 2009, ficção; Diálogos, contos, e D´Agostinho, poemas, 2010; Como se Ícaro falasse, ficção, Prêmio Vânia Souto Carvalho – APL-PE (2011), lançado em 21 de novembro de 2012. Mantém o blog www.patriciatenorio.com.br no qual dialoga com diversos artistas, em diversas linguagens. Contato: patriciatenorio@uol.com.br
** Apresentado na X Setimana della Lingua Italiana nel Mondo – “L´Italiano nostro e degli altri”, 18 a 24 Outubro 2010 – Dante Alighieri – Recife – PE – Brasil.