I appreciate the immense affection of the people participating, the next post will be on March 28, 2021, big hug and until then,
Patricia Gonçalves Tenório.
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Poema para não se esquecer que é gente – Patricia Gonçalves Tenório
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* Índex foi traduzido (a maior parte) apenas para o inglês por uma questão de extensão do post.
* Index was translated (most of it) into English only as a matter of the extension of the post.
** Praia de Boa Viagem (Recife, PE – Brasil), 05h da manhã, para não me esquecer que sou gente. Boa Viagem Beach (Recife, PE – Brasil), 05h in the morning, not to forget that I am a person.
Continuamos nessa viagem maravilhosa para “Os mundos de dentro” de autores e autoras super inspirador@s para a nossa escrita… Dessa vez, investigamos o país imaginário do poeta pernambucano, nascido em Recife, Manuel Bandeira:
Primeira Aula do Módulo 2:
Na primeira aula do módulo, constatamos a urgência e os olhos de estrangeiro com os quais Bandeira retratou o Recife em sua obra; navegamos com Plínio Santos-Filho e Francisco Carneiro da Cunha em “Um dia no Recife” e “Um dia em Olinda”; verificamos que João Cabral de Melo Neto está para o engenheiro enquanto Bandeira está para o arquiteto dos versos; experimentamos a antítese de Bandeira: sofrimento e Carnaval; e comparamos a técnica de Bandeira com a de Edgar Allan Poe – refrão, tom, efeito e intenção.
Segunda Aula do Módulo 2:
Continuamos na análise de alguns poemas de Bandeira, em especial, os do livro Libertinagem, entre eles, “Evocação do Recife” e a poesia-ícone “Vou-me embora pra Pasárgada”, relacionando o país imaginário de Bandeira com o país anterior do poeta francês Yves Bonnefoy, além da indicação de filmes sobre Manuel Bandeira;
Terceira Aula do Módulo 2 (Live com Altair Martins):
E o encontro virtual com um dos maiores apaixonados pela obra de Manuel Bandeira, o escritor, poeta e professor de Escrita Criativa Altair Martins (RS | Brasil):
O próximo módulo será sobre a casa, a vida e a obra do poeta maranhense, nascido na ilha de São Luís, Ferreira Gullar, e contaremos com a participação especial do escritor, poeta e professor Antonio Aílton. A primeira e a segunda aulas do módulo 3 irão ao ar, respectivamente, em 03 e 10/03/2021 e o encontro virtual será em 31/03/2021, a partir das 19h – acompanhem nas redes sociais @estudosemescritacriativa (Instagram e Facebook). Não percam!
Já existia uma rotina que desenvolvera naquele tempo que iniciava ao desligar o despertador. Através daqueles pequenos gestos diários pude me reconciliar com a minha casa, antes entregue a outra pessoa que não pôde vir por muito tempo. Então fiquei com todo o serviço doméstico mais o do meu trabalho. Penso que, de qualquer modo, foi bom estar em casa em tempos tão inseguros. Os objetos de consumo mais imprescindíveis eram as garrafas de álcool gel, de álcool 70, álcool em spray e a de água sanitária. Hoje, faço uma lista das atividades rotineiras daquele período.
Desligar o despertador do celular
Escovar os dentes
Vestir uma roupa leve
Fazer alongamento
Preparar o café
Fazer anotações
Dar comida ao cachorro
Limpar área de serviço
Colocar água
sanitária no tapete da entrada
Organizar almoço
Lavar pratos
Ligar TV para ouvir um programa em inglês
Faxina sala quartos e banheiro
Aguar plantas
Limpar varanda
Tomar banho de sol
Tomar banho
Ligar computador
Cozinhar o almoço
Atualizar listas de compras, reparos
Programar despertador para sesta
Lavar pratos
Retornar ao computador e aguardar e-mails, Whatsapp ou telefonemas
Fechar o computador
Fazer o jantar
Ligar a TV
Preparar um lanche
Desligar TV
Lavar pratos
Recolher lixo
Apagar as luzes da casa
Acender luz do quarto
Tomar banho
Vestir o pijama
Ligar ventilador do quarto
Deitar na cama
Abrir um livro
Fazer anotações
Fechar e guardar livro
Programar despertador
Apagar luz
Era uma variação de gestos diários, dependendo das circunstâncias: meticulosos, firmes, caprichados, nervosos, apressados, cansados, displicentes… Mas sempre, rotineiramente, gestos ritmados para no final descobrir que você ainda era sua própria fiscal. Ha, ha, ha, em todo lugar observava pequenos defeitos que requereria mais gestos e listas e mais listas do que fazer, o que comprar, do que consertar…
Mesmo assim, foram aqueles pequenos gestos diários que me conduziam ao encontro comigo. A maior parte dos barulhos era proveniente dos gestos. Gestos que realizava no silêncio. Não silêncio como nos mosteiros, pois havia uma TV ligada, ou um celular vibrando, um cachorro latindo, os barulhos de fora. Mas gestos cadenciados na atenção plena. Aqueles gestos cotidianos me mantiveram no chão e pude enfrentar a pandemia, o isolamento, as tarefas externas e as grandes perdas que desabaram sobre minhas costas, pesaram meus ombros, oprimiram meu coração durante esses tempos tão sombrios.
Era grande a casa; porém, não dividida a contento. Havia apenas dois quartos. O quarto do casal e o quarto das crianças, onde quatro camas compunham o mobiliário. O ambiente era aconchegante. Na parede, alguns quadros, de cores vivas, quebravam a seriedade da madeira. Uma cortina de voil abrandava a claridade do sol da manhã. Uma janela grande mostrava a paisagem da rua da frente: algumas casas, uma praça, onde as crianças brincavam ao final da tarde. Por ali, passavam o sorveteiro, o pipoqueiro e um senhor idoso vendia bolas de sopro. Da janela se via a igrejinha que, vez ou outra, quebrava o silêncio com o badalar nostálgico do sino. Naquele quarto havia também uma mesa, que servia de apoio nas tarefas escolares. Em todas as noites havia contação de histórias, para os menores. Eram quatro, ao todo. E o tempo foi passando lentamente, desfazendo a magia daquele quarto. Quando dei por mim, meus meninos não eram mais crianças. Haviam partido para o mundo. Cada um para o seu lado. Às vezes, nas noites, entro no quarto e sinto o cheiro do passado. Não tem mais a mesma aparência, mas a poesia daqueles momentos da infância ficou marcada nas paredes, no teto, no ar. Chego a escutar umas vozinhas reclamando: “Não, mamãe, não quero ir para a escola!” E eu, aturdida com o pensamento no passado, falo em voz alta: “Sim, meus filhos, precisam ir à escola. Hoje é dia de prova.” Assustada comigo mesma, saio do quarto e entrego-me aos afazeres domésticos.
Gestos – pequenos gestos, que dizem quem somos. Gestos que às vezes ficam para sempre gravados – para nos lembrar quem somos, para recordar quem fomos, para possibilitar que muito tempo depois possamos concluir se mudamos, ou se ainda somos os mesmos de outrora – capturados um dia pelas lentes amadoras de uma câmera.
A foto em preto e branco – antiga – é de uma época em que
a família era completa e jovem. Época em que eu não ousava mostrar sentimentos.
Minha irmã deixava transparecer toda sua amorosidade, seu carinho, seus gestos
de aconchego – que eu quis inibir. O clique da máquina, entretanto, foi mais
rápido que eu e deixou impressa a tentativa – inútil – de alterar o jeito se
ser de minha irmã.
Sempre que olho a foto, lembro do meu movimento, do movimento
que mostra alguém frio, ou que não ousava ser de outra forma…
No momento, não tenho a foto em mãos, mas quando pegá-la
lembrarei novamente de como era meu jeito de ser e da sensação de reprovação
pela atitude tão carinhosa e bonita de se mostrar inteira de minha irmã.
Os dias ficaram mais longos, mais lentos. Não importa se
é hora de levantar e tomar banho. Não vou mais a correr apanhar o metrô. Agora
eu converso com minha segunda xícara de café. A segunda porque agora temos
tempo e ela me faz companhia. Ela sequer teve oportunidade algum dia de existir
antes da pandemia. A casa ainda dorme e eu converso com ela. A conversa se
desenrola enquanto olhamos as árvores frondosas da Quinta do Cisne que ficam em
frente ao meu apartamento. Sinto vontade de caminhar por baixo delas, mas só
posso admirá-las. Que bom que tenho um quadro vivo de muito verde! Mas sinto
saudades da brisa que corre lá fora, só posso sentir do metro quadrado de
varanda. A segunda xícara partilha comigo a vista verde no sol primaveril.
Refletimos sobre os dias de isolamento, do medo, falamos muito da impotência
que me resta junto com a tentativa de ter paciência. A segunda xícara me
recorda os planos adiados, das férias em família canceladas com o vôo que nunca
chegou e me vê chorar. E assim ela se vira derramando seu adoçado café em minha
boca e diz:
– Então, você achava que dominava o tempo? Ou dominava
teus atos? Não, querida, doce ilusão! Põe-te a traçar rumos novos dentro da tua
cabeça. O que te preenche?
– Não sei (lágrimas travadas na porta dos olhos). Me
recuso a chorar pela falta de domínio da minha própria vida. Não estava nos
meus planos refazer novos planos. Desengavetar o que ficou à minha espera e eu
nem sabia!
– Mas é o que te resta dentro desse concreto. Ou usa tua
cabeça que hoje é teu único mundo onde é permitido caminhar, ou melhor, voar.
Só assim consegues saltar essas paredes!
E assim foram dias e dias de muita conversa. A segunda
xícara nunca me abandonou mesmo quando o mundo parecia pausado e os dias
iguais. Foram nesses momentos pequenos e pingados que encontrei minhas novas
versões, recheadas de inquietudes, crises, risos e lágrimas. Foi na segunda
xícara que encontrei outros mundos meus, que nenhum vírus penetrou. Foi preciso
mergulhar fundo, e isso eu sei bem fazer!
A segunda xícara me ensinou sobre o tempo. O tempo que se
perdia em passadas largas e apressadas. Tempo do banho rápido, dos afazeres
diários no automático, do café engolido, do tempo morrido.
A segunda xícara aguçou meus ouvidos ao canto dos pássaros, a avenida calada, a conversa do vento na varanda e aos burburinhos dos meus pensamentos!
O mês de março de 2020 parece ter terminado antes. O medo do desconhecido começava num dia que seria o último de tantos que não se repetiriam mais. As ruas, já repentinamente vazias, contrastavam com a pressa dos incertos momentos que se seguiriam. “… Uma ânsia jamais sentida tomou conta de mim…”. O riso irônico dos transeuntes deixava a inquietação tomar conta, quase esquecendo o motivo de ter saído de casa: comprar vitaminas. Na primeira farmácia adentrada, uma cliente tossia muito e pedia remédio para febre. “… Preciso sair. A pandemia está circulando pela população…” Não deu tempo para responder à balconista, quando a mesma bradou 10. Os passos se tornaram acelerados e certeiros. Ao chegar em casa, as mãos e os pés não tinham mais o vigor de outrora. “As multidões nunca me atraíram. No entanto, poder caminhar e sentir o ar tocando o rosto… Que saudades!”
O calendário colado na parede com um durex barato,
a faz lembrar que é junho. Só agora, antes de marcar mais um xis, percebe, que
é dia de São João. O tempo, já parado há tempos, a faz viajar para uma época
não tão distante. O peito aperta e palpita ao imaginar a fumaça e a boniteza
das fogueiras que agita a criançada e os mais velhos; as pessoas fazendo fila
para curtir a festa e a quadrilha animada, que sempre assiste ao lado do avô.
A respiração fica pesada, acaba sentando-se na cama
bagunçada e colocando uma das mãos no coração acelerado. Mas o que está
acontecendo? Por que parece que engoliu mil agulhas? Por que isso não para?
Quer levantar-se, correr para o diário esquecido e listar todas as coisas que
está sentindo nesse exato momento, como sempre faz quando uma crise bate à porta.
Mas fecha os olhos. E ao fazê-lo, vê um par de olhos azuis encarando-a. Ele
está feliz! Ele sempre está feliz quando presencia o salto colorido dos
dançarinos de um lado para o outro.
O coração acalmou, as lágrimas escorreram e a vontade de escrever voltou a nascer. A saudade é mesmo um bicho estranho: não sabemos desenhá-la, mas podemos personificá-la em grandes olhos azuis.
*
Luciana Beirão de Almeida (Porto Alegre, RS | Brasil)
O sol atravessa a vidraça em meio à chuva, um raio de esperança iluminando a sala. O silêncio da casa vazia. Eu e os meus pensamentos, livros e estudos. Aqui, escrevendo, me sinto acolhida pelo calor do sol, por sua luz, e vejo a minha sombra na parede. As gotas de chuva na janela me fazem lembrar que lá fora a vida acontece. Mas, por enquanto, neste instante, aproveito o encantamento do meu refúgio.
*
Sueli Agnelli (São Bernardo do Campo, SP | Brasil)
Todos os dias eu via o
ventilador de teto girando, me sentia assim, a cabeça girando com meus
pensamentos acelerados, como um trem desgovernado. O cenário da internet era
caótico, a tv nem se fala… A ansiedade resolveu ficar para o jantar. Até que eu
resolvi fazer terapia, achava clichê demais conversar sobre o que eu sentia,
mas a ansiedade me pediu para que tal ato fosse realizado. Lembro-me de ter
adotado meu cachorrinho para a companhia dos dias cinzentos. Erguiam-se as
placas em todos os lugares: “Seja criativo, produza”. Mas o que era
difícil mesmo era parar, parecia que eu precisava correr mesmo eu clamando por
uma pausa. O café ficou frio e melado como os meus dias. Até que meu amor
chegou, aquele par de olhos castanhos, juntamente com meu cachorrinho, aquele
focinho preto me trazendo abrigo em dias turbulentos. Eu só queria repousar
minha cabeça no peito dele e falar sobre essa amiga falsa que chega sem avisar
e bagunça toda minha vida. É, meu amor… essa tal da ansiedade faz esquecer o
que temos de bom e perdemos o que temos para ganhar mais, que loucura, não é?
Com um suspiro profundo, lembro-me de ver meu alívio de ansiedade aqui comigo.
A casa era um silêncio tão obscurecido que dava pra ouvir a própria respiração,
era cansativo se ouvir todos os dias. Meu refúgio para o caos era sentar na
minha mesa e escrever qualquer bobagem, pode ser cartas que não serão
endereçadas a alguém, poesias, ou qualquer coisa do tipo. Foi meu refúgio poder
escrever e aliviar a tensão que meus dentes e meus ombros tinham durante todos
os dias, escrever é meu bote salva-vidas, o cenário não é nada agradável, mas
pelo menos a caneta dançando pelo papel faz tornar-se menos caótico possível.
da tinta desgastada no limite das coisas que se atritam,
se mordem, se amparam, da dor incessante das lâmpadas elétricas e do medo (que
ainda temos) de temporal com granizo.
Mas a rua escreveu também sobre si.
Que o dia lhe pisou tão pesado
quanto um feijão que se come rápido.
Ela disse que o calor estriou sua pele
por onde andam os bichos pequenos
e também os jornalistas, os diretores de escola e os
fotógrafos.
** Altair Martins (Porto Alegre, 1975). Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) — ênfase em tradução de língua francesa —, mestre e doutor em Literatura Brasileira na mesma universidade. Ministrou a disciplina de Conto no curso superior de Formação de Escritores da UNISINOS entre 2007 e 2010. É professor da Faculdade de Letras e de Escrita Criativa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), atuando no Programa de Pós-graduação. Coordena o projeto de pesquisa O fantástico em tradução. Tem textos publicados em Portugal, na Itália, França, Argentina, no Uruguai, na Espanha, Hungria, em Luxemburgo e nos Estados Unidos. Ganhou, entre outros prêmios, o São Paulo de Literatura (2009, com o romance A parede no escuro) e o Moacyr Scliar (2012, com os contos do Enquanto água). A peça teatral Hospital-Bazar(Porto Alegre: EdiPucrs, 2019) e o romance Os donos do inverno (Porto Alegre: Não editora, 2019) são suas últimas publicações. Ministrante, em setembro de 2019, da disciplina Oficina de Poesia na primeira turma de especialização Lato Sensu em Escrita Criativa Unicap/PUCRS (2019.2). Contatos: altairt.martins@pucrs.br; www.altairmartins.com.br
(“Vida e morte” em
Memórias de tio Bá. Aldemar Torres Filho. Apresentação: Patricia
Tenório. Arte gráfica: Jaíne Cintra. Recife-PE: Edição do autor, 2012)
Do
pó
Vieste
Ao
pó
Voltaste
Mas
para sempre
Habitas
Os
nossos corações
*
Nos
teus
Versos
Risos
Na
tua
Alma
De
poeta
*
Cantando
A
musa
Renilda
Encantando
A
todos
Com
o teu
Pó
de
Estrelas
(“As eternas
memórias do tio Bá”, Patricia Gonçalves Tenório, 20/01/2021, 17h)
Partidas e chegadas no Índex de Janeiro,
2021 do blog de Patricia Gonçalves Tenório.
EECs 2021 | Os mundos de dentro | Osman Lins
(PE – Brasil) – escritor convidado Adriano Portela (PE – Brasil).
Coleção Quarentena | Patricia Gonçalves Tenório (PE – Brasil) com depoimentos de Bernadete Bruto (PE – Brasil), Elba Lins (PB/PE – Brasil) e Raldianny Pereira (PB/PE – Brasil).
Escrita Criativa em mim | Patricia Gonçalves
Tenório & Flavia Cosma (Romênia/Canadá), Fernando de Mendonça (SP/PE/SE –
Brasil), Maria do Carmo Nino (PE – Brasil).
Poema de Altair Martins (RS – Brasil).
A nota amarela: seguida de “Sobre a
escrita – um ensaio à moda de Montaigne” | Gustavo Melo Czekster (RS – Brasil).
Ficção & Crítica | Iaranda Barbosa (PE –
Brasil).
O lado que não era visível para quem estava na estrada | Luís Roberto Amabile (SP/RS – Brasil).
Manuela Bertão (Porto – Portugal) recita.
Os continentes de dentro | María Elena Morán (Venezuela/ RS – Brasil).
Departures and Arrivals in the January Index,
2021 of Patricia Gonçalves Tenório’s blog.
EECs 2021 | The worlds from within | Osman
Lins (PE – Brasil) – guest writer Adriano Portela (PE – Brasil).
Quarantine Collection | Patricia Gonçalves Tenório (PE – Brasil) with testimonials from Bernadete Bruto (PE – Brasil), Elba Lins (PB/PE – Brasil) e Raldianny Pereira (PB/PE – Brasil).
Creative Writing in Me | Patricia Gonçalves
Tenório & Flavia Cosma (Romania/Canada), Fernando de Mendonça (SP/PE/SE –
Brasil), Maria do Carmo Nino (PE – Brasil).
Altair Martins’ poem (RS – Brasil).
The yellow note: followed by “On writing – a Montaigne-style essay” | Gustavo Melo Czekster (RS – Brasil).
Fiction & Criticism | Iaranda Barbosa (PE –
Brasil).
The side that was not visible to those on the road | Luís Roberto Amabile (SP/RS – Brasil).
Manuela Bertão (Porto – Portugal) recites.
The continents from within | María Elena Morán (Venezuela / RS – Brasil).
I thank you for your attention and affection, the
next post will be on February 28, 2021, big hug and until then,
Patricia Gonçalves Tenório.
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* Índex foi traduzido (a maior parte) apenas para o inglês por uma questão de extensão do post.
* Index was translated (most of it) into English only as a matter of the extension of the post.
**Uma homenagem aos tão queridos tio Bá (em sua cerimônia de Cinzas, no Jardim do Baobá, Recife, PE – Brasil) e Tarcísio Pereira (grande homem, livreiro, mestre que nos deixou em 26/01/2021). A tribute to the loved ones Uncle Bá (in his Ash ceremony, in Baobab Garden, Recife, PE – Brasil) and Tarcísio Pereira (great man, bookseller, master who left us on 01/26/2021).
* Exílio ou Diário depois do fim do mundo, Setembro e Poemas de cárcere fazem parte da Coleção Quarentena, uma trilogia de não ficção, ficção e poemas escrita durante os primeiros seis meses da pandemia de Covid-19 e que foi imprescindível para a autora expurgar os medos mais profundos, mas também enxergar a beleza que sempre brota nos períodos sombrios da humanidade. A coleção, que foi lançada em dezembro de 2020 aqui no blog, ganha o mundo este final de semana.
** Patricia Gonçalves Tenório é escritora, vinte livros publicados, sendo um deles, A baronesa (2020), em formato vídeopodcast. Recebeu prêmios no Brasil e no exterior por As joaninhas não mentem (2006), Grãos (2007), Como se Ícaro falasse (2012), A menina do olho verde (2016) e pelo conjunto da obra em 2013. Mestre em Teoria da Literatura (UFPE) e doutora em Escrita Criativa (PUCRS), ministra, desde 2016, cursos on-line e presenciais do grupo de Estudos em Escrita Criativa. Contatos: grupodeestudos.escritacriativa@gmail.com e https://www.youtube.com/estudosemescritacriativa
Capítulo
6 – Os mundos de dentro: residências de artistas e o ambiente acadêmico
No capítulo 5,
investigamos o que o dia a dia em uma editora – a preparação dos originais, a revisão
do texto, a editoração do livro – pode acrescentar (e muito) na própria
escrita.
Em 2012, ingressei na Pós-graduação
em Letras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na condição de aluna
ouvinte. Ao sair da Calibán (2010) e, ao término do espetáculo teatral As
joaninhas não mentem (2011), senti novamente o vazio que Clarice Lispector
narra em sua última entrevista,[1]
como se estivesse falando de dentro de um túmulo.
E quantas maravilhas encontrei na
UFPE: colegas (Antonio Aílton, Fernando de Mendonça, Ricardo Nonato, entre
inúmeros), professores (Maria do Carmo Nino, Lourival Holanda, Anco Márcio
Vieira, entre tantos) e livros teóricos (Maurice Blanchot, Gaston Bachelard,
Erich Auerbach, entre infinitos) – todos altamente queridos e poéticos. Haviam
me alertado de o perigo da Teoria engessar a Poesia, de a Crítica paralisar a
Ficção. Mas não aconteceu comigo. Ao contrário, a leitura e a escrita teóricos
alimentaram mais ainda a minha veia artística, provocaram mais ainda em mim a
criação.
Em 2013, fui convidada para uma
residência de artista em Val-David, Québec, Canadá. Conheci a poetisa romena Flavia
Cosma através do poeta francês Denis Emorine, que por sua vez me foi apresentado
pela poetisa francesa Isabelle Macor-Filarska – a mesma Isabelle do capítulo 2
da presente coluna. Tudo isso de maneira virtual, com exceção de Isabelle – é o
que chamo de corrente do bem da Arte. Na residência de artista de Flavia Cosma,
poderíamos realizar qualquer tipo de expressão (fotografia, pintura, escrita poética
ou ficcional) que desejássemos. Permaneci dez dias na pequena cidade de
Val-David, convivendo com os colegas artistas, culminando, coletivamente, no IV
Festival Internacional de Val-David, e, em particular, na tradução do poeta
argentino Luís Raúl Calvo e o seu A outra obscuridade, além da
organização do meu Sans nom/Fără nume,[2]
uma coletânea de crônicas, contos e poemas lançada em outubro 2013 na França
(Paris) e em maio de 2014 na Romênia (Alba Iulia) – mas essa é uma outra
história.
Acabo de chegar da residência da
minha professora e orientadora de mestrado Maria do Carmo Nino. Acabo de
conhecer o anexo de sua residência de artista, e me encontrar com o
colega-amigo-escritor-professor Fernando de Mendonça. Sim, a Teoria não
paralisa a Poesia. Sim, as residências de artistas acolhem com afeto Os
mundos de dentro[3]
da Escrita Criativa em mim, em você, em todos nós.
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Festival Internacional de Val-David, Québec – Canadá,
na residência de artista de Flavia Cosma, maio de 2013.
Futura residência de artista de Maria do Carmo Nino,
Aldeia, PE – Brasil e o encontro com Fernando de Mendonça.
[2] CALVO, Luís Raúl. La Otra Oscuridad. A outra obscuridade. Tradução:
Patricia Tenório. Mossoró, RN: Sarau das Letras, 2013, & TENÓRIO, Patricia.
Sans nom/Fără nume. Trad. Français: Patricia Tenório
et colab. Isabelle Macor-Filarska. Trad. Rom.: Flavia Cosma. Pref.: Christian Tămas.
Romania: Ars Longa, 2013.
[3]Os mundos de dentro é um
projeto dos Estudos em Escrita Criativa On-line para 2021. Nele investigamos o
processo de escrita em suas residências de escritores do século XX, tais como
Osman Lins, Manuel Bandeira, Vinícius de Moraes, Hilda Hilst, e também compartilhamos
o processo de criação de escritores contemporâneos, entre eles Adriano Portela,
Altair Martins, Fernando de Mendonça, Maria do Carmo Nino. Maiores informações:
www.estudosemescritacriativa.com, Instagram e Facebook (@estudosemescritacriativa).
e calcinar a terra. Pavimentar a seguir os restos e
reservar apartamentos de janelas amplas de onde quem possa pagar possa ver o
rio e esquecer assim o busto que alguns nomes frequentavam como zinabre sobre o
bronze.
Um modo de vender a História é
promovê-la a edifício iluminado.
(Nossa imobiliária oferece donos).
*
— E antes será preciso enterrar a História e deixar que a
erva ocupe as frestas e que as flores e os insetos frutifiquem sobre tudo que
tiver relevo.
Será quando o cipreste da praça se condensar num
resquício de paisagem.
Também enterraremos o casarão em frente ao monumento com
o que teve de farda e sussurros de lança, com o que foi de chuva e fogo ao cair
da noite.
(Nossa secretaria de educação já converte a História em
Geografia, eliminando os pretéritos dos livros da escola primária).
*
— Mas antes será preciso sequestrar a História
fotografando o sítio onde estiveram alguns personagens que vendiam charque só
para provar que ninguém hoje está vendendo charque.
Depois, vamos decorar os postes da calçada com as
bandeiras do partido e inventar parentes e ideologias com que roubar os cavalos
de antigamente.
(Nas eleições, já estão escolhidos nossos candidatos que
sempre foram candidatos e por isso sempre foram escolhidos).
*
— E enfim nos
restará beber a História com gelo e dançar uma revolução sem entender seu nome
nem sua derrota.
Vamos usar as línguas mais heroicas
pra desmaiar sobre a paz do instante,
rindo do tempo em que aqueles coitados
não tinham aspirina.
E quando acordarmos, uma fumaça espessa
esconderá que não temos fala nem fisionomia.
(Sob um sol inteiro, nossas farmácias acenam com promoções as mais interessantes).
** Altair Martins (Porto Alegre, 1975). Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) — ênfase em tradução de língua francesa —, mestre e doutor em Literatura Brasileira na mesma universidade. Ministrou a disciplina de Conto no curso superior de Formação de Escritores da UNISINOS entre 2007 e 2010. É professor da Faculdade de Letras e de Escrita Criativa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), atuando no Programa de Pós-graduação. Coordena o projeto de pesquisa O fantástico em tradução. Tem textos publicados em Portugal, na Itália, França, Argentina, no Uruguai, na Espanha, Hungria, em Luxemburgo e nos Estados Unidos. Ganhou, entre outros prêmios, o São Paulo de Literatura (2009, com o romance A parede no escuro) e o Moacyr Scliar (2012, com os contos do Enquanto água). A peça teatral Hospital-Bazar(Porto Alegre: EdiPucrs, 2019) e o romance Os donos do inverno (Porto Alegre: Não editora, 2019) são suas últimas publicações. Ministrante, em setembro de 2019, da disciplina Oficina de Poesia na primeira turma de especialização Lato Sensu em Escrita Criativa Unicap/PUCRS (2019.2). Contatos: altairt.martins@pucrs.br; www.altairmartins.com.br
* Salomé. Iaranda Barbosa. 1. ed. Recife: Selo Mirada, 2020 & Horizontes de La Escalera: A presença do modo fantástico na poesia latino-americana. Iaranda Jurema Ferreira Barbosa. Orientador: Alfredo Adolfo Cordiviola. Recife: UFPE, 2020.
** Iaranda Barbosa é crítica literária, escritora e professora formada em Licenciatura Português-Espanhol pela Universidade Federal de Pernambuco. Possui mestrado e doutorado em Teoria da Literatura, pela mesma instituição. Salomé é a sua primeira novela publicada, porém outros textos ficcionais e teóricos podem ser encontrados em periódicos especializados e em antologias.
(“Porque tu és responsável por quem cativas”, Patricia Gonçalves Tenório, 02/12/2020, 09h24)
O despertar para uma nova vida, um novo ano no Índex de Dezembro,
2020 no blog de Patricia Gonçalves Tenório.
Lançamento Coleção Quarentena | Patricia Gonçalves Tenório (PE – Brasil).
Estudos em Escrita Criativa 2021 | Os mundos de dentro (PE – Brasil).
Mulheres poéticas | Bernadete Bruto (PE – Brasil), Elba Lins (PB/PE – Brasil), Monique Becher (PE – Brasil), Patricia Alves (PE – Brasil), Raldianny Pereira (PB/PE – Brasil), Taciana Valença (PE – Brasil).
Escrita Criativa em mim | Capítulo 5 – As editoras | Patricia Gonçalves
Tenório.
Poema de Altair Martins (RS – Brasil).
Poema de Cilene Santos (PE – Brasil).
2ª turma de Especialização em Escrita Criativa Unicap/PUCRS | Diversos.
Infinita gratidão por todas as pessoas que se doaram neste espaço
imaginário, a próxima postagem será em 31 de Janeiro de 2021, Feliz
Natal e um Ano Novo cheio de Paz, Saúde, Amor & Luz, grande abraço e até
lá,
Patricia Gonçalves Tenório.
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Index* – December, 2020
The awakening
For a new life
Begins
Tiny
Then
It broadens the borders
To be
Child
Man
Woman
A fully
Poet
*
And write
Some verses
Like these
Only for
To cuddle
Whom you love
(“Because you are responsible for who
you captivate”, Patricia Gonçalves Tenório, 12/02/2020, 09h24)
The awakening to a new life, a new year in the December Index, 2020
on Patricia Gonçalves Tenório’s blog.
Quarantine Collection Launch | Patricia Gonçalves Tenório (PE – Brasil).
Studies in Creative Writing 2021 | The worlds inside (PE – Brasil).
Poetic women | Bernadete Bruto (PE – Brasil), Elba Lins (PB/PE – Brasil), Monique Becher (PE – Brasil), Patricia Alves (PE – Brasil), Raldianny Pereira (PB/PE – Brasil), Taciana Valença (PE – Brasil).
Creative Writing in Me | Chapter 5 – Publishers | Patricia Gonçalves
Tenório.
Altair Martins’ poem (RS – Brasil).
Poem by Cilene Santos (PE – Brasil).
2nd class of Specialization in Creative Writing Unicap/PUCRS | Several.
Infinite gratitude for all the people who donated in this imaginary space,
the next post will be on January 31, 2021, Merry Christmas and a New
Year full of Peace, Health, Love & Light, big hug and until then,
Patricia Gonçalves Tenório.
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* Índex foi traduzido (a maior parte) apenas para o inglês por uma questão de extensão do post.
* Index was translates (most of it) into English only as a matter of the extension of the post.
** Domingo, 20 de Dezembro de 2020. A caminho de um Novo Ano (PE/AL – Brasil). Sunday, December 20, 2020. On the way to a New Year (PE/AL – Brasil).
(“Convite para não se sentir só”, Patricia Gonçalves
Tenório, 11/12/2020, 08h28)
Setembro, Poemas de
cárcere e Exílio ou Diário depois do fim do mundo fazem parte da
Coleção Quarentena, uma trilogia de ficção, poemas e não ficção escrita durante
os primeiros seis meses da pandemia de Covid-19 e que foi imprescindível para a
autora expurgar os medos mais profundos, mas também enxergar a beleza que
sempre brota nos períodos sombrios da humanidade.
É com infinita gratidão por todas as pessoas que me ajudaram a atravessar esse período e continuam me ajudando, em especial, meus filhos Vítor, Maria Eduarda e Bruno, e as amigas-poéticas Bernadete Bruto, Elba Lins e Raldianny Pereira, que ofereço a Coleção Quarentena, lançada virtualmente em 18/12/2020 – segue abaixo o link da gravação no Zoom.
Abraços cheios de Sonhos, Saúde
& Luz,
Patricia Gonçalves Tenório.
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(Os arquivos abaixo já estão na versão final da gráfica.)
* Patricia Gonçalves Tenório
é escritora, vinte livros publicados, sendo um deles, A baronesa (2020),
em formato vídeopodcast. Recebeu prêmios no Brasil e no exterior por As
joaninhas não mentem (2006), Grãos (2007), Como se Ícaro falasse
(2012), A menina do olho verde (2016) e pelo conjunto da obra em 2013.
Mestre em Teoria da Literatura (UFPE) e doutora em Escrita Criativa (PUCRS),
ministra, desde 2016, cursos on-line e presenciais do grupo de Estudos em
Escrita Criativa. Contatos: grupodeestudos.escritacriativa@gmail.com
e https://www.youtube.com/estudosemescritacriativa